quarta-feira, junho 28, 2006

Na passagem desta vida para a outra...

Anteontem, dia 26 de junho de 2006, minha avó materna subiu para o mundo sem-sofrimento... Ontem, no ritual budista de passagem, o monge nos remetera a essa reflexão... de como vivemos e como viveremos.

Diz o ensinamento budista que ao recebermos a vida neste mundo terreno, carnal, material, temos alguns sofrimentos pelos quais passaremos, sim, sem escapar, e que estas nos servem de ensinamento para que possamos evoluir enquanto seres humanos em sociedade, vivendo com o maior respeito/civilidade possível para com nossos pais, familiares, convivas. E que a partir do que conseguimos fazer em vida, poderemos usufruir na extensão dela ao passarmos para o mundo espiritual.

Isto bem se parece também com a teoria dos espíritas de que a morte é nada mais do que a desmaterialização do nosso corpo e passagem para o mundo espiritual, de onde continuaremos nossa missão, de acordo com o que fizemos ou vivemos neste mundo.

Poder enxergar a morte dessa forma é um pouco mais confortante e um pouco menos doloroso, mas o fato é que é tão difícil não se deixar tomar pela emoção da difícil despedida. Ela era a mãe da minha mãe e pensar como a minha mãe estava consternada pela perda da mãe, era imaginar como seria eu perdendo a minha... Meu Deus! Que Desespero! Um desespero pelo qual nada se poderia fazer... Só nos restou sermos solidários com todos porque todos ali sentíamos o mesmo vazio, a mesma tristeza, o mesmo vácuo deixado por ela, nossa avó tão querida, tão apaixonada pela vida, tão saudável que aos 93 anos nem tinha muitas rugas pela face, tinha a pele sedosa, lisinha, um amor pela família que não tinha tamanho...

Ai... que saudades já tenho dela...
Te amo, vó!

domingo, junho 25, 2006

from the window (part 1)

From this window I see
Poetry
Trees, houses so far
Buildings are blessings to my eyes

And if I turn down to the avenue
I feel like dizzy

Delightfully dizzy
Poetic dizziness on the horizon
Verses in colours
Words are few
The sudden silence becomes key
And the rest is poetry.
( Betty Nishi / June, 2006 )

quinta-feira, junho 22, 2006

NÃAAAO... NÃO ODEIE FILME DUBLADO!!

Dia desses surfava eu por entre as comunidades orkutianas, quando encontrei uma comunidade de nome: "ODEIO FILME DUBLADO".

Pessoalmente, num passado não tão remoto assim, também teria me identificado prontamente com esse tema... E até consigo saber o porquê, sim... É porque se acha artificial o jeito que muitas vezes esses filmes são falados em português, ou porque se desconfia da fidelidade da tradução do mesmo, ou ainda, passar aquela mensagem de que "eu entendo/falo inglês o suficiente para assistir um filme no original" (essa é péssima! que feio!). Enfim, consciente ou não, era assim que eu opinava sobre o filme dublado, seja os de telona ou de telinha...

Então, por uma dessas incríveis páginas da vida, eu conheci várias pessoas com deficiência visual (e juro que aconteceu antes da novela, pra não dizerem que foi modismo). E ela pode ser total ou parcial, originado pelos mais diferentes motivos: os que nascem com visão desprivilegiada, os que adquirem doenças degenerativas da retina, ou ainda muito comumente, toxoplasmose (causada por gatos), e ainda os que perdem a visão de forma traumática e repentina, como por exemplo, num acidente de trabalho ou de trânsito. E uma vez vivos, pense: pode ocorrer com qualquer um de nós ou de nosso convívio mais estreito...

E, aí entra a minha defesa pela epígrafe em questão: o filme dublado é importante para que haja inclusão cultural para pessoas cujo recurso para assisti-lo é tão somente o auditivo. Aí você pode pensar: "mas é só aprender inglês"... e sabemos o quanto isso não é fácil, já que a maioria das grandes escolas de idiomas sequer têm recursos didáticos para o aprendizado de idioma estrangeiro adaptado para deficientes visuais. Ou seja, uma vez com tal limitação, o indivíduo que aprecia a sétima arte tem no filme dublado um importante canal de acesso e inclusão.

Só quando se vai ao cinema junto com um deficiente visual, descobre-se o quanto uma versão dublada é necessária. Permita-se essa experiência, você ficará grato por poder ver a vida de outra forma. Seja só um pouco mais humano.

segunda-feira, junho 19, 2006

Uma pequena emoção nos 2XO

Geeeeente!! O jogo sôfrego de ontem... ufa, hein!

Mas aqui só queria registrar um microssegundo de emoção que senti no segundo gol brasileiro: o Fred, onde estava ele escondido? Surgiu como uma fenix das cinzas do Cruzeiro... aos 40 e poucos, faltando muito pouco pra acabar o segundo tempo... E não é que ele faz uma jogada, a bola lhe volta aos pés e... ele na cara do gol, fez! De longe, da minúscula imagem que se tinha na telinha, eu senti aquela emoção dele... e eu me emocionei pela emoção dele, nem tento pelo gol, acho... existe isso?? É... é a emoção pela felicidade gritante do outro... puxa! Que felicidade! Eu pinguei uma lágrimazinha, confesso...

Só isso já bastou o jogo pra mim, o resto... o resto deixo pros galvões, casas, falcões analisarem...

beijos!!

quinta-feira, junho 15, 2006

A dor e a delícia de andar de ônibus...

A dor e a delícia de andar de ônibus nessa Sampa desvairada...

Num passado não tão remoto eu andava motorizada, mas por esses descuidos de mulher, deixei fundir o motor do meu último carro e desde que o vendi, aprendi a adaptar-me ao uso do transporte coletivo... (Muito por auto-flagelo, pra só te de novo quando eu souber ter e cuidar...)

Há tempos venho refletindo nisso... nisso que joguei na epígrafe acima: a dor e a delícia de andar de ônibus... Delícia é poder ler um livro inteiro no trânsito caótico, ou sintonizar aquela rádio favorita, ou ainda ouvir seus CDs prediletos enquanto os motoristas estressados ao redor buzinam enlouquecidos... (coitadinhos) A dor? Ou as dores? Siiiim... podem ser muitas: não conseguir entrar de tão lotado, não conseguir descer de tão lotado, perder o último...
Já perdi muitos últimos na volta do trabalho, já que saio tão tarde muitas vezes... Aí agente acha uma alternativa de passar a hora até chegar o primeiro do dia seguinte... Eu já fiz hora em muita LAN-house, internet café, padaria 24-horas, só pra esperar o primeiro...
E perder o último não necessariamente é só dor, pode também ser uma delícia... uma delícia comer um croissant na madrugada, com um capuccino... vai bem, fala a sério??
Pode se transformar em delícia, a dor de estar no ponto esperando pelo último e... o mesmo, atrasado, te aflige e faz pensar: "ai, vou ficar na rua..." e outros passageiros também em situação similar ali: ou estão esperando pelos seus últimos ou já os perderam... Então a delícia é poder travar uma conversa filosófica de ponto-de-ônibus, produtiva, privilégio esse que, se eu andasse de carro eu não poderia ter... não é mesmo?

Já pensou nisso?