terça-feira, novembro 21, 2006

S.P.F.C. Tetra!!! Obrigada, papai!!!

Hoje é segunda-feira, 20 de novembro de 2006. Ontem, domingo, o São Paulo Futebol Clube conquistou, por antecipação, o título de Campeão Brasileiro de 2006! DEMAAAAISSS! Tive até uma palpitação, pois o jogo terminara em empate contra o Atlético Paranaense, e foi sofrido.

Mas juro que não vim aqui pra falar do jogo em si... Vim aqui pra refletir sobre qual a importância de tudo isso nas nossas vidas, na minha vida... Pois já ouvi muitas pessoas dizerem ou questionarem: "pra que falar de futebol? coisa mais inútil!"

Pois bem, eu nasci numa família japonesa. Meu pai é japonês, muito severo, sempre nos educou com mãos de ferro. Ele sempre foi muito firme na transmissão dos valores morais e éticos. Além de tudo isso, ele sempre foi muito ocupado, trabalhando dia e noite pra nos dar o melhor. Não tinha tempo de brincar com a gente. Minhas lembranças de momentos de convergência e união eram... geralmente... ligadas às tarde de futebol no domingo. Desde que me entendo por gente, eu o vi torcendo pro SPFC, comprava camisa, tinha quadro pintado, colava adesivo no carro, torcia ouvindo radinho de pilha, e sofria muito quando o SPFC perdia um gol... e tudo isso era muito divertido pois fazíamos juntos... eu, meus irmãos, meu pai... e a mamãe sempre preparando algo pra comermos durante o jogo... uma pipoquinha... como eram agradáveis momentos de união!

Então, acho que Freud explicaria que essa minha paixão pelo futebol tem grande relação com a memória agradável das tardes de domingo com meu pai. Ali, era um momento em que ele se isentava da ocupação do trabalho e nos confraternizávamos unidos em torno de uma diversão em comum. Dali, foi natural crescer acompanhando apaixonada pelo Tricolor do Morumbi.


Eu já quis ir ao estádio. E já fui. Duas vezes... na época de Leonardo e Raí. Mas eu tenho memórias de Waldir Perez, do grande mestre Telê, do Zetti... agora tem o Rogério Ceni!! Tudo isso são ídolos, e nós, fãs, sempre acompanhamos os assuntos que os envolvem. Daí, eu vejo que quando estamos num momento de descontração no intervalo do trabalho, por exemplo, o assunto futebol surge. Futebol é parte da cultura brasileira, é cultura do brasileiro. É assunto que muitas vezes traz discórdia, mas também muitas vezes é motivo de risos, de alegria, de descontração, de "tiração-de-sarro", de diversão!

Então, qual é o papel do futebol? Conversão. Converge as pessoas que talvez não teriam nenhum outro assunto em comum, não fosse o futebol. Verdade! E havendo em comum o assunto "mesmo time" ou até "time rival", as discussões acaloradas surgem e a interação acontece justamente por causa disso. Quantas e quantas vezes agente não abordou um paquerinha na faculdade ou no trabalho dizendo... "ah, não acredito! torce pro Corínthians?? que pena, nem tudo é perfeito, ne!" Quantas vezes em algum jogo de final de campeonato, ou em jogos de Copa do Mundo, agente não organizou reuniões de comes-e-bebes com colegas de trabalho, e que em outra circunstância, não haveria de fazê-lo? Quantas e quantas vezes não se prolongou um papo até o bar da esquina e se estendeu por mais meia dúzia de cervejas só pra continuar o papo de futebol? Isso tudo só acontece se você gostar de falar de futebol.

Eu, particularmente, que adoro ouvir rádio, tenho um programa favorito de discussão de futebol e muito bom humor, chamado Estádio 97, transmitido diariamente pela Rádio Energia 97,7Mhz, São Paulo (www.97fm.com.br) das 18h00 às 20h30, bem no horário em que estou trabalhando... (Ali os apresentadores também são meus ídolos, sempre dando opiniões pessoais bem coerentes sobre futebol. Eu adoro tanto tudo ali: a rádio, os locutores, o humor, o futebol...) Então eu acesso uma comunidade no Orkut, o Estádio 97 - Acervo Digital, em que os participantes postam o arquivo a gravação do programa do dia, justamente para salvar trabalhadores como eu, que graças a esse recurso tecnológico, me permitem baixar o arquivo e ouvir o programa do dia no início da madrugada. Então, minha religião atual é ouvir o Estádio 97 na madrugada. E qual a importância disso? No final de semana, fui acometida por uma grave crise de enxaqueca, que não passava com nenhum remédio, mas foi ouvir um replay do programa que eu havia baixado, descontraí, ri bastante, e pronto!... a enxaqueca sumiu! E mais: há pouco, ouvi o programa de hoje, e o Sombra, são-paulino, fazia uma linda e emocionada homenagem ao Tricolor, quando agradeceu ao seu pai, por fazê-lo são-paulino... e nesse momento, eu chorei. Chorei porque sentia a mesma alegria e a mesma gratidão pelo meu. E vim aqui, dizer isso, e prestar essa homenagem a ele, meu pai. Coisa que, talvez, eu não fizesse exatamente hoje, nem agora... se não fossem o futebol, o SPFC, o Estádio 97, o Sombra, o meu pai...

Então, eu sou muito feliz por gostar de futebol. E sou mais feliz por torcer pro São Paulo. Tri mundial, tetra brasileiro, tricolor do Morumbi, camisa mais linda do mundo!! E sou mais feliz porque herdei esse gosto do meu pai. Obrigada, pai, por ser tão brasileiro torcedor de futebol! Obrigada pelos momentos emocionantes dos domingos à tarde! Obrigada mesmo!

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sexta-feira, novembro 17, 2006

Brincávamos de areia...

Hoje, em meu longo caminho de volta do trabalho, fui tomada de assalto por memórias muito distantes... Eu via no ônibus um cartaz de prevenção à dengue, no qual se sugere a colocação de areia grossa no prato sob os vasos, quando então fui remetida à mais remota memória de areias... Sim...
Na parte do fundão da garagem da casa dos meus pais, havia sempre uma montanhinha de areia para construção, creio que por muitos anos, pois sempre papai reformava alguma coisinha aqui e ali. Para nós, eu e meus dois irmãos do meio, era uma alegria muito grande pegar aquela areia e brincar por horas. Fazíamos "bolinhos" de areia; peneirávamos areia para refinar e granular sobre uma montanha molhada para dar efeito de "neve"; carregávamos água para fazer uma lagoa ou ainda um riacho em torno de um castelinho... tudo isso era ínfimo perto das mil e uma brincadeira que criávamos só com aquele monte de areia encostado no fundão da casa. E era uma alegria... brigávamos como todos os irmãos brigam, ora porque o montante de areia era mais ou menos pra um ou pra outro, ora porque o castelinho de um era dito ser o mais bonito e a concorrência bradaria: "não! o meu é o mais bonito, tá?".
Além do monte de areia, tínhamos um balanço de dois lugares, com estrutura de ferro em formato de trapézio, e dois bancos interligados de madeira. Era uma delícia! Mas eram dois lugares e nós éramos três. Então, a solução era um sempre empurrar os outros dois da vez. Eu era a maior, sempre me achava em desvantagem, pois eu era maior e teria mais força pra empurrar os outros dois menores, e se a minha irmã, que era a mais sensível e por nada se machucava e chorava, eu tomava aquela bronca! "Cuida direito dos seus irmãozinhos!"
Tudo isso é apenas um minutinho de memória da nossa infância tão feliz e saudável. Como brincamos bastante!! Tivemos que estudar muito também, pois só nos era permitido brincar após as tarefas estarem prontas. E éramos passivamente obedientes. Ainda bem! Deu tudo certo. Nenhum de nós ficou torto. Pelo contrário, hoje tenho o maior orgulho dos meus irmãos todos, todos eles bem sucedidos em todos os aspectos de suas vidas. E são lindos, tenho um baita orgulho deles. Diria até que hoje são mais responsáveis do que eu mesma.
Importa mesmo é que somos todos felizes. Muito! Obrigada, Te, Ki, Yu...

Aparência NÃO É tudo...

Alguém duvida dessa máxima? As aparências enganam...
Hoje na volta do trabalho, peguei um ônibus no Tatuapé e junto subiram nove adolescentes barulhentos, dentre os quais cinco moças bem arrumadinhas, roupas de grife, um ar de patricinhas rebeldes sem-causa, e estas falavam tão alto que certamente estariam alcoolizadas (quiçá intoxicadas), pois o cheiro de álcool emanava por todo o ambiente. Elas riam sem controle, conversavam coisas absolutamente sem nexo. Tive medo, confesso...
Dois ônibus depois, eu desci no Hipermercado ao lado de casa, e entrei para comprar alguns poucos itens faltantes. Ao passar pelo caixa, um garotinho muito sujinho estava atrás de mim na fila. (Tive medo, confesso...) Mas ele ia passar pelo caixa para pagar um potinho de macarrão instantâneo, desses que basta colocar água quente que ele já fica pronto para consumo. Em suas mãos sujinhas ele tinha algumas poucas moedas, com as quais ele talvez conseguiria pagar o seu sustento daquela noite. Enquanto eu empacotava meus itens, ele já pagava seu pote de macarrão. Eu termino meus pacotes, e ele recebe algumas outras moedinhas de troco. Sem titubear, ele depositou todas as moedinhas num cofrinho exposto no caixa para ajudar entidades carentes. Me emocionei.
As aparências... definitivamente... enganam!

sexta-feira, novembro 10, 2006

Cold, windy, rainy dawn - and why it is worthy...

Cold, windy, rainy dawn - and why it is worthy...

Early Friday morning and I didn´t get to sleep yet. Yesterday evening, our flight has been delayed 1h20m due to crew rest. Not only that. The flight had been oversold, therefore we needed to find volunteers to be rerouted by another air carrier, through an alternative itinerary. For those who are used to fly a lot or to work for airline industry, this is quite familiar. And it happens any time for any number of reasons. And one and most important these days is about safety.

But for us employees, these frequent delays somehow give us hassle. Especially to me yesterday, my biggest trouble was leaving the workplace: last bus had gone. I was able to catch a ride with an old friend and formerly boss to downtown. Then I would be able to catch another last bus from downtown to home. Guess what? I missed it. It was just about time to catch it, but to be honest, I considered thoughtful of me if I walk her from the parking lot (two blocks from her place) and then, we walked and talked like on those old days we used to do. Whenever I missed my last bus, I used to go to a 24-hour lan-house and spend a couple of hours there, and by 5a.m. I would be able to catch the first one in the morning (already today). And I did that.

Around 5a.m. I left the lan-house to the bus stop. It has started raining and I was luckily carrying my umbrellas. But really not prepared for a cold, very cold and windy dawn. While standing up by the bus stop, my hands started freezing. I was wearing my uniform plus a very thin jacket, something just usual for some cool early... Summer?? Oh, no, definitely this wheather is driving me crazy. So cold and windy and rainy... How come this could be already Summer? Why wasn´t I carrying a scarf, a pair of gloves... Why was I there at 5a.m. going back home? The only thing that stopped me from asking myself so many questions was my pocket radio, which I turned on and music, oh music... it was all I needed to forget about all that!

Tired of waiting I just caught any bus and later dropped off somewhere in the half-way and caught another one bound for my road. That was enough for this endless trip home. That was all because the flight has been delayed.

But there is one single thing that made my day valuable after all: just now I remember that one of the passengers that volunteered for rerouting on another airline on his way home said he is a frequent flyer and he is familiar to all these irregular and unexpected operations, and that he was very ímpressed about my professionalism and kindness in trying to solve all his pending issues during the transfer procedure. There I was. At another airline, waiting for everything to be all set for him, his new boarding pass, his new baggage tag, his new itinerary back home... But feeling very good for trying all my best to make his way home easier. And so he did to mine. And that made my day worthy. Thank you, mr. passenger!

quinta-feira, novembro 09, 2006

O Lingüista e o Imperador

O Lingüista e o Imperador - Champollion, Napoleão e o Mistério da Pedra de Roseta - (Myerson/Daniel - Ediouro, 2004)
Um livro de ficção que narra uma brilhante solução de um enigma, uma das maiores façanhas intelectuais de todos os tempos. Adiantar a estória aqui é entregar as pistas, então não o farei. Na verdade, joguei esse tópico aqui porque queria contar que ao ler o título exposto, eu o comprei na intenção de o enviar a um imperador-e-lingüista, siim... que inspirou boa parte de meus estudos acadêmicos. Hoje reside longe, mas acho que enviarei o livro na intenção de lhe dizer "muito obrigada" por tudo o que aprendi a gostar de aprender com ele no que se refere às letras, às historias das línguas românicas, às músicas medievais de que tanto gostamos. Imperador? Sim, era como eu o chamava... ó Imperador!, pois tem nome de imperador romano.
Ó Imperador, tenho muitas saudades de nossos colóquios musicais, lingüísticos, sobretudo tenho saudades das longas tardes de almoço no restaurante colonial, onde as sobremesas saltavam aos nossos olhos, onde a comidinha de forno era demoradamente cozida para nos aguçar o paladar.
Enviar-lhe-ei o livro na intenção de dizer que sempre me lembro de sua brilhante inteligência, que me serviu de inspiração para muitas coisas que realizei e que o título e o conteúdo do mesmo são, de fato, para pessoas fascinantemente inteligentes e inspiradoras, como vossa senhoria, que eu tive a bênção de conhecer. O livro lhe chegará às mãos através de emissários especiais da côrte desta província que ao final do mês corrente o fará chegar a si. Saudações mil.