terça-feira, fevereiro 13, 2007

Netinha da Véia, por um dia!

Nem sei por onde começar.

Primeiro, devo contar que se trata de rádio, portanto, algo que é minha paixão eterna. Depois, que a Rádio Energia 97,7Mhz (São Paulo) www.97fm.com.br tem um programa diário matinal, chamado Energia na Véia (não é veia, e sim véia) em que se tocam músicas "véias"... ou seja, o melhor do flash back, dos anos 70, 80, 90. No mesmo programa, tem a adorável personagem da "Véia" que é maravilhosa, hilária... "seu vagabuuuuundooo!" e faz charadinhas remetendo a temas desses tempos remotos. Seu apresentador oficial, é Silvio Ribeiro, um locutor tão amável quanto carismático, que é ídolo-mor, talento nota mil, alegria contagiante, que fala com os ouvintes, que ri junto com eles, que lembra de tudo "daqueles tempos"... manja das músicas... ah, sim! e o que é mais sensacional é o poder imagético do programa, Silvio é mestre! É programa imperdível. Eu já fui visitar o programa várias vezes desde os tempos em que estudava Radialismo no Senac, quando consegui mandar e-mail para a rádio e descobri o quanto eles (o Silvio, o Domênico Gatto, o pessoal da produção, todo o staff da Rádio Energia) eram receptivos com os alunos de radialismo e o mais legal: com os ouvintes! Eles aceitam ouvintes que enviam e-mails pedindo para serem "Netinho(a) da Véia", participando ao vivo, comentando as memórias dos "véios" tempos.

E, na segunda metade de janeiro de 2007, entrei em férias. Me ocorreu a idéia de visitar o programa de novo. No dia em que tive a idéia, mandei um e-mail para o Beto Keller que estava substituindo o Silvio Ribeiro, que estaria de férias até o final de janeiro. Beto Keller, sim! Ele que faz diariamente o noturno Night Sessions e Clubtronic (das 20:30 às 23:00) na Energia. O mesmo Beto Keller da Nova FM, da Transamérica, da Pool FM, et cetera... e dos tempos do Voyage Dance (TV Gazeta), quem não lembra? A verdadeira lenda viva do rádio, um ícone, um mito, um monstro sagrado do radialismo!! ("Vão pensar que sou velho!" disse-me quando o chamei assim. Nãaaaao, geeente, ele é novinho... é que o Beto Keller começou no rádio ainda criancinha, viu!)

Mandei e-mail e recebi resposta positiva para visitar. Só faltava marcar o dia. Eis que na terça, dia 30/1, ele anuncia no programa o meu nome, divulgando que eu estaria lá no programa da quarta participando como Netinha da Véia. Eu quase caí pra trás. Será?? Pensei logo que era uma Pegadinha do Faustão, do Mallandro, mas meus amigos que também ouviram o programa ligavam para perguntar se eu ia mesmo participar na quarta. Não acreditei! Então era verdade mesmo??

De terça para quarta, dia 31 de janeiro. Meu último dia de férias do trabalho. Talvez o mais feliz. Estava tão radiante e ansiosa que nem conseguia dormir direito. Me revirava. Imaginava... sorria... Era uma criancinha feliz às vésperas de ir conhecer Mickey na Disney.

Quarta cedo. Madruguei. Às 5 levantei. Antes das 6 já tomava o ônibus em direção à Paulista. Desci numa confeitaria, passei para pegar uns quitutes quentinhos... (que eu sei que os locutores da Energia adoram que levemos quando vamos visitá-los... quituites e guloseimas!)

6:40. Portaria do prédio 1439 da Av. Paulista. Aguardava pelo Beto Keller para subir. Lá vem ele. Nossa! Como eu me sentia perto de uma lenda viva? Belisquei o braço. Doeu! Primeira pergunta, só pra confirmar: - Então, é mesmo verdade que vou ser a Netinha da Véia?

Era verdade. Aí "aquela" dorzinha de barriga, umas ondas de calor e frio, de calafrio começam a tomar conta de mim. Desacreditei. Quase desmaiei. Que privilégio era poder ser uma ouvinte daquele programa, naquele dia, tão pertinho de um graaaande ídolo que juntamente com ícones como Domênico Gatto, Bob Floriano, Serginho Leite, Djalma Jorge, Beto Rivera, Emilio Surita...e muitos outros vieram e vêm construindo a história do radialismo.

Ali eu era só emoção. Nervosismo. Tremedeira. Nem sei o que eu falei. Eu soube o que era ser a criatura mais feliz do mundo. Conhecer Mickey de pertinho na Disneylandia. Sonho de toda criança. Sonho de todo adulto.

Sobre o programa, o tema do dia foi

"Desenhos animados que mais marcaram", um prato cheio, quem de nós não tem memória de desenho animado? Ouvintes ligavam, animados como sempre, o Beto colocava algumas trilhas de desenhos antigos marcantes. Também relembrava com detalhes os velhos tempos de danceterias dos anos 80 e 90, contando estórias encantadoras. Chegavam mais ouvintes no estúdio para assistirem ao programa. Depois chegou o Dj Wagnão, que fez uma homenagem ao Beto Keller com um medley de 50 músicas sensacionais dos anos 90. Aquilo tudo era inacreditável! Sensacional! Inesquecível! Eu era nervosismo e felicidade num corpo só. Confiram com seus próprios ouvidos. http://www.mediafire.com/?7imtmz5mytz (link para baixar o programa gravado por Alex Tetra da Silva; basta clicar em "Click Here for Download") E sentirão o que estou descrevendo até aqui.

Mas... para refletir: qual é o sentido disso que aprendemos adorar e chamar de "ídolos"? Para mim, são pessoas que fazem algo maravilhoso, trazem alegria, bem-estar com o trabalho executado de forma diferenciada e sublime, têm talento nato especial, destacam-se na multidão por terem algo a dizer, por serem inteligentes, por saberem comunicar seu conteúdo, e o bem mais precioso enquanto seres humanos: aqueles com quem queremos aprender nem que seja um milésimo de tudo o que eles conhecem, pensam e fazem. E destes, os que nos permitem chegar pertinho, ver de perto o trabalho, que nos ensinam, que nos contam estórias, que nos fazem perceber que nunca devemos desistir dos nossos grandes sonhos, são os que a gente nunca esquece. Ficam perpetuados. Ficam perpetuados os sonhos, as estórias, as lutas vindouras, os momentos de risos, e eles, os seres humanos atrás dos ídolos e personagens.
Eu não poderia passar essa vida sem agradecer os céus, aos anjos, às energias cósmicas, à Enegia 97, por um dia de Netinha da Véia. (Foi talvez um dos momentos mais marcantes desde quando aos 10 anos, meu avô me levou à Rádio Jovem Pan 2 para buscar um LP que ganhei de sorteio... Ali vi uma rádio por trás dos vidros, que aguçou a curiosidade e a admiração de uma criança que viveria a vida perseguindo as emoções e as boas companhias das rádios!)

E Obrigada, Beto Keller!


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O Metrô - Linha LILÁS

Dia desses, voltando da zona sul, Interlagos, perguntei ao motorista do ônibus se ele passaria próximo a alguma estação de trem, possivelmente Jurubatuba, Santo Amaro, para que eu pudesse seguir para casa de trem, naquele final de tarde de trânsito bem tipicamente infernal. O cobrador disse: "Ah, dona, tem o metrô, a senhora desce no metrô!"

Imediatamente, pergunto: - Metrô? Que metrô? Nãoooo... quero pegar trem! Quero pegar o de subúrbio!

Ele: -Então, a senhora pega o Metrô e depois o trem.

Eu: (já impaciente e rude) - Que metrô? Por acaso esse ônibus tá escrito que só vai até o Terminal Santo Amaro e onde que ele vai passar por algum metrô??

O cobrador olhou para o motorista, que finalizou: - Bom, é... tá certo, é isso mesmo. A senhora vai pegar o trem mesmo...

Poucos instantes depois, eis que o ponto final se aproxima, é terminal de ônibus de Santo Amaro. A porta se abre e o cobrador diz: - Pronto. A senhora toma o "trem" aqui.

Pasmem. Ali era a entrada do Metrô Largo Treze. Cor lilás. Tudo moderno, novo. Meus olhos se recusavam a acreditar. Tive que fotografar.

Então a minha ignorância e alienação me impediram de saber que havia uma "Linha Lilás" do Metrô em São Paulo. Ela interliga Largo Treze ao Capão Redondo.

Estações novas, bem novinhas, que nem tinha papel caído no chão. Trens mais modernos, mais silenciosos. Estofamento e acabamento interno dos vagões mais luxuosos, com bancos de tecido de veludo.

Aí subi na estação Largo Treze e desci na estação Santo Amaro, onde eu fiz baldeação para o trem. A estação Santo Amaro fica exatamente sobre o Rio Pinheiros. A estação está construída no meio de uma ponte suspensa. Ela é toda fechada com vidros, claro, afinal, se fosse aerada, o cheiro do Rio dizimaria os usuários. Bem construído. Um pouco medonho para os claustrofóbicos e para os que têm vertigem de altura. Como eu. Mas não me abalei.



Fiquei tão abobada que não me contentava em contemplar. Fotografava ali e acolá com o meu celular. Como eu não sabia da existência de tudo aquilo?? Santa ignorância, Batman!

Mas o pior de tudo, hein: a forma rude como tratei o cobrador, que insistia em dizer que eu ia pegar o "Metrô" e eu rebatendo, sem de nada saber... ai, que coisa feeeeeiaaa... Que vergonha. Isso merece um pedido meu de desculpas em público (no caso, aqui... neste espaço cibernético, ne, gente... como vou achar o cara??) ao cobrador e o motorista que estavam dizendo a verdade. E me ajudando, afinal!

Alguém de vocês sabia da existência da Linha Lilás? Ah, é? E nem me contou??!! rsrs

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