Fim de Ano 2006: Resultado do Balanço? Excelente!!!
Dia 30 de dezembro de 2006. Desci do ônibus e voltei caminhando sob a fina (mas molhada) chuva. Cobri-me com o capuz da jaqueta e talvez devesse até abrir o guarda-chuva. Mas eu não quis. Não era tanto por preguiça... ou era...? Não. Eu queria mesmo era me deixar tomar a chuvinha. Queria lavar a alma, esquecer as rusgas, as arestas mal-aparadas, os amores não-correspondidos, as implicâncias. Mas ao mesmo tempo queria que a chuva me molhasse com os sentimentos agradáveis e refrescantes de tudo o que foi de melhor.
2006. Ano em que conheci Victor Meirelles. Escritor, colunista, designer gráfico, analista de sistemas, etc, etc, um multimídia por excelência, de quem virei fã ao visitar sua coluna semanal (http://www.clicerechim.com.br/colunistas-victor-meirelles.htm). Lá, ele faz um colunismo bem humorado, com textos bem elaborados, fotos criativas, tiradas que trazem uma presença de espírito fabulosa, e com temas tão recorrentes quanto polêmicos, e opiniões claras, contundentes, autênticas. Sua coluna tornou-se ponto de referência para minhas reflexões! Virou meu ídolo! Com nossos longos e incessantes colóquios e articuladas deliberações, ganhei diferentes visões de mundo, constatei muitos outros em comum, ganhei músicas novas em meu repertório, dei boas gargalhadas sobre outras tantas excentricidades mundanas, mas sobretudo conheci um ídolo com alma, que tem sensibilidade, que vive os sentimentos humanos de forma única, autêntica, uma pessoa feliz e que irradia felicidade aos que lhe cercam. Isso tudo fica transparente em seus textos... únicos, inteligentes, brilhantes, cativantes! E pasmem: escreveu sobre mim. Tão inesperado quanto surpreendente. Nunca pensei que ele me enxergasse assim... (coluna de 30/12/2006). (Vick exagerou!) Mas feliz foi pouco. Me senti lisonjeada... embriagada... lia e relia por não acreditar: "euzinha", na página de meu ídolo! (Arrasei)
simplesmente eu li no final do ano, e foi muito marcante pelo seu relato tão cativante quanto realístico: talvez o melhor-livro-mais- apaixonante de todos os tempos!! Surpreendente, instigante, humano, inesquecível! Aqui, há uma história, uma estória, vários personagens, e dentre eles, certamente há aquele com o qual nos identificaremos de imediato e também oscilaremos o sentimento, querendo ser outro... Sobretudo, os sentimentos e as sensações que despertam em nós... em mim... são coisas indescritíveis. Para se ler e para se guardar para as próximas gerações.Perdi minha avó materna. Faleceu aos 94 anos, cheia de amor pela vida. Ela, com quem passei uma noite no hospital falando de tantas coisas maravilhosas, me contou com tanto carinho e intimidade o quanto é bom ser mãe, avó e bisavó. Eu a amava. Mas pouco convivia.
Entretanto, naquela noite eu aprendi que amor verdadeiro é assim, agente não precisa estar todos os dias, vendo, conversando, é algo tão transcendental que permanece ao longo da vida, e quando menos se espera, o sentimento está ali, tão sincero, simples, generoso, incondicional... No dia do enterro dela, eu soube o quanto amo minha mãe, pois vê-la sofrer a perda da própria mãe, chorando sôfrega, me fez entender o que é esse sentimento de "ser" mãe... Em 2006 eu ainda não "fui", mas aprendi muito de perto o que é "ser". Foi também após a viuvez de meu avô, hoje com 97 anos, que tive uma adorável tarde de colóquio com o próprio, que ama tanto a vida e nos contou que ficou triste com o comentário de seu médico que lhe garantiu chegar aos 100 anos tranquilamente... ele disse: "Poxa... fiquei triste... para 100 anos só me faltam 3! E passa muito rápido!" Isso é amor à vida. É ter paixão por viver.
Com tudo isso, aprendi a amar melhor. Amar meus pais e meus irmãos e poder dizer isso a eles, fazer declaração de amor. Minha sobrinha, Faby, de 6 anos, que recentemente começou a ler e a escrever, grafou em uma papeleta seu nome e telefone, e me deu: "tia, me liga! eu te amo!" Simples assim. Marcadores: 2006, a rádio, amizade, amor, balanço, Energia 97, família, ídolos, limites, locutores, o rádio, radialismo, redenção



